quinta-feira, 14 de março de 2013

O nosso Projeto!! PIBID-Química 2011.

QUÍMICA EXPERIMENTAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL


A Experimentação no Ensino de Química

A química no ensino médio tem sido constantemente criticada, por alunos e pela sociedade, por tratar-se de uma disciplina descontextualizada, fragmentada em seus conceitos, desmotivadora e que é ensinada e aprendida baseada na  memorização.
Com vistas a mudar esse quadro, diversas metodologias de ensino de química são desenvolvidas. Pesquisas apontam que é de conhecimento dos professores de ciências o fato da experimentação despertar um forte interesse entre alunos de diversos níveis de escolarização. Na fala de alunos também costuma aparecer a experimentação como um caráter motivador e auxiliar no aprendizado da disciplina. De um modo geral, tanto professores como alunos, atribuem que a experimentação aumenta a capacidade de aprendizado, pois atuaria de forma a manter a atenção dos alunos no tema (conceito) em discussão.
Porém algumas concepções sobre o uso do laboratório no ensino, mostram uma visão simplista da experimentação, com enfoque em “comprovar a teoria no laboratório”. Outras formas de “conceber” a metodologia mostram que têm como objetivo verificar conceitos através da coleta de dados, sem explorar características interpretativas e investigativas, conciliadoras do processo de ensino-aprendizagem. Assim, as atividades experimentais não motivam e não proporcionam o desenvolvimento cognitivo ou de emancipação crítica do aprendiz. Em tais atividades encontram-se os objetivos educacionais de conhecer, analisar, compreender, aplicar, sintetizar e avaliar com fundamentação, buscando-se conciliar o conhecimento químico com o mundo real para a formação do indivíduo. Deste modo, pode-se dizer que o uso do laboratório, atualmente explorado de um modo simplista, pouco tem sido útil para o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa.
             Na perspectiva de contribuirmos para uma concepção mais elaborada sobre o uso da experimentação, ou seja, do entendimento do papel que esta desenvolve no processo de ensino-aprendizagem de Química, buscamos explorar a experimentação problematizadora, por entendermos que esta vai alem da mera metodologia investigativa. A metodologia problematizadora propõe a leitura, a escrita, a fala e o debate (contextualizados com a realidade) como indissolúveis da discussão conceitual dos experimentos, explorando-se assim, o processo comunicativo pelo qual se constrói um novo conhecimento no aluno e no professor, ambos aprendizes ao longo do processo.

Contexto da Temática Ambiental

Atualmente a degradação ambiental tem sido presença constante na agenda de muitas instituições. No país, nos estados e nos municípios, o processo de desenvolvimento econômico (progresso), sempre foi à base da exploração dos recursos naturais sem a devida preocupação com a preservação e sustentabilidade frente ao modelo de extrativismo aplicado. De um modo geral a Humanidade não tem percebido seu modo de relacionamento com os recursos naturais, com os bens de consumo gerados e com os resíduos descartados, que geram a poluição e degradação do seu ambiente e, por conseguinte de sua qualidade de vida. O município de Bagé no Rio Grande do Sul não se constitui numa exceção no trato das questões ambientais, em especial quando se refere aos resíduos sólidos e aos seus recursos hídricos.
Ações em educação ambiental são poderosos instrumentos para alterar o quadro nesses cenários de ações antrópicas degradadoras sobre o ambiente. Tais construções compartilhadas pelos seus principais atores (alunos, professores e comunidade, cidadãos) tornam-se vivas e vívidas, fazendo com que passem a ser vistas como uma prática sociocultural, possibilitando a formação da consciência ambiental na sociedade.
A Educação Ambiental deve considerar o Meio Ambiente em sua totalidade, deve ser contínua, atingir todas as faixas etárias, ocorrer dentro e fora da Escola e, examinar prioritariamente as questões ambientais locais, sob um enfoque interdisciplinar. É imprescindível a compreensão de que ambiente não se refere apenas à natureza (vegetal e animal), mas sim às relações de interação e interdependência entre todos os seres vivos que fazem parte de todo e qualquer ambiente (meio abiótico), com os quais também interagem. Para entendermos o ambiente de maneira integrada, faz-se necessário que a Educação Ambiental torne-se parte do cotidiano na prática escolar, possibilitando que outras dimensões da educação ambiental (social, econômica, política, cultural, etc) possam ser compreendidas.
Em vários trabalhos com o tema Educação Ambiental é possível encontrarmos indícios de que há necessidade de maiores subsídios teóricos e metodológicos para os professores, em especial das Ciências, ensinar e promover encontros do ser humano com o ambiente. Sabe-se que a grande maioria dos professores não está devidamente instrumentalizada e preparada para inserir-se numa discussão com os alunos no que diz respeito às questões ambientais.
Para a prática pedagógica em educação ambiental, são imprescindíveis os conhecimentos dos problemas que afetam, sobretudo, a realidade local e, a formação de atitudes de reflexão-ação, fundamental para garantir o sucesso da prática educacional. É de conhecimento que ações de educação ambiental são bem menos desenvolvidas e exploradas no contexto do ensino médio, momento este, em que contribuir para a formação reflexiva, crítica e emancipatória do adolescente se faz tão importante.

Integrando as abordagens na Formação Inicial

     O educador de Química deve estar preparado para ser o facilitador e mediador de um processo significativo de ensino e aprendizagem e, para possibilitar as condições de desenvolvimento para um processo crítico e reflexivo em seu educando. A partir destes contextos apresentados, este subprojeto vai ao encontro da formação inicial destes educadores de química ao buscar que esses desenvolvam sua formação profissional vivenciando o uso da experimentação no ensino de química contextualizado e a apropriação da educação ambiental, de uma forma interdisciplinar vivida em situação de ensino. 
        Este subprojeto visa o desenvolvimento e a aplicação de atividades experimentais contextualizadas com o meio ambiente e a realidade local através da química ambiental, trabalhada de forma interdisciplinar com contextos que dão vida e sentido ao estudo e aplicação da química. Assim, além de buscar desenvolver um melhor processo de ensino-aprendizagem para o ensino de química, também busca contribuir no desenvolvimento de um sujeito mais crítico e reflexivo, ao pensar sua relação e ação sobre o meio ambiente.


Prof. Dr. Tales L Costa Martins
Coordenador Subprojeto Química PIBID-2011 (2012-2013)

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