Uma história construida por Mendeleev.
Dmitri I.
Mendeleev nasceu na cidade de Tobolsk na Sibéria. Era o filho caçula de uma família de 17 irmãos. Seu
pai, Ivan Pavlovich Mendeleev era diretor
da escola
de seu povoado, perdeu a visão no mesmo ano de seu nascimento, como consequência perdeu
seu trabalho.
Já que
seu pai recebia uma pensão insuficiente, sua mãe Maria Dmitrievna Mendeleev,
passou a dirigir uma fábrica de cristais
fundada por seu avô, Pavel Maximovich Sokolov. Na escola, desde cedo se
destacou em Ciências (nem tanto em ortografia).
Um cunhado, exilado
por motivos políticos e um químico da fábrica inspiraram sua paixão
pela ciência. Depois da morte de seu pai um incêndio destruiu a fábrica de
cristais, sua mãe decidiu não reconstruir a fábrica, mas sim investir suas economias
na educação
do filho.
Nessa
época todos os seus irmãos, exceto uma irmã, já viviam independentemente. Sua
mãe então se mudou com ambos para Moscovo a fim de que ele ingressasse na universidade de Moscovo o que não conseguiu
talvez devido ao clima político vivido pela Rússia naquele momento a universidade só
admitia moscovitas. Foram então para São
Petersburgo, onde a situação era precisamente a mesma, não se
admitiam estudantes de outras regiões, porém sua mãe descobriu que o diretor do
Instituto Pedagógico Central (principal escola formadora de professores
da Rússia da época) era amigo de seu finado marido, portanto, onde a burocracia
frustrava, o favoritismo mandava e Dmitri consegue uma vaga.
O Instituto
Pedagógico Central ficava nos mesmos prédios da Universidade de São Petersburgo
e tinha em seu quadro docente muitos professores da própria universidade,
dentre eles o famoso físico alemão Heinrich Lenz.
Interessou-se pela química graças ao prestigiado professor Alexander
Voskresenki, que passou seus últimos anos de vida em uma enfermaria
devido a um falso diagnóstico de tuberculose,
ainda assim graduou-se em 1855 como primeiro de sua classe.
Em 1859
conseguiu uma verba
do governo para estudar no exterior por dois anos. Primeiro foi a Paris estudar sob Henri Victor Regnault, um dos maiores
experimentalistas europeus da época (consta que Regnault havia feito várias
descobertas importantes, como o princípio da conservação de energia, mas
seus estudos haviam sido destruídos e Regnault não conseguiu recuperar antes de
sua morte).
No ano
seguinte, Mendeleev seguiu para a Alemanha
estudar com Gustav Kirchhoff e Robert Bunsen,
inventores do espectroscópio - importante instrumento para
descoberta de novos elementos daquela época - e do até hoje utilizado bico de
Bunsen.
O
comportamento explosivo de Mendeleev tornou-se sua ruína. Com pouquíssimo tempo
de convivência, brigou com Kirchoff e desistiu das aulas, porém, continuou na
Alemanha onde residia em um pequeno apartamento
que transformou em laboratório. Neste laboratório improvisado,
trabalhando sozinho, limitou-se a estudar a dissolução do álcool
em água
e fez importantes descobertas sobre estruturas atômicas, valência
e propriedades dos gases.
Após isso em 1860, os cientistas já
tinham descoberto mais de 60 elementos químicos diferentes e tinham
determinado sua massa atômica. Notaram que alguns elementos
tinham propriedades químicas similares pelo que deram um nome a cada grupo de
elementos parecidos. Em 1829,
o químico J. W. Döbenreiner organizou um sistema de
classificação de elementos no qual estes agrupavam-se em grupos de três
denominados tríades. As propriedades químicas dos elementos de uma tríade eram
similares e suas propriedades físicas variavam de maneira
ordenada com sua massa atômica.
Alguns
anos mais tarde, Mendeleev desenvolveu uma
tabela periódica dos elementos segundo a ordem
crescente das suas massas atômicas. Dispôs os elementos em colunas verticais
começando pelos mais levianos e, quando chegava a um elemento que tinha
propriedades semelhantes às de outro elemento, começava outra coluna. Em pouco
tempo Mendeleev aperfeiçoou a sua tabela acomodando os elementos em filas
horizontais. O seu sistema permitiu-lhe predizer com bastante exatidão as
propriedades de elementos não descobertos até o momento. A grande semelhança do
germânio
com o elemento previsto por Mendeleev conseguiu finalmente a aceitação geral
deste sistema de ordenação que ainda hoje segue-se aplicando. A vantagem da
tabela periódica de Mendeleev sobre as outras, é que esta exibia semelhanças,
não apenas em pequenos conjuntos como as tríades. Mostravam semelhanças numa
rede de relações vertical, horizontal e diagonal. Em 1906, Mendeleev recebeu o
Prêmio Nobel por este trabalho.
Mendeleev teve outra grande sacada descobriu a fórmula perfeita para a Vodca por
volta do ano de 1893, e é usada até os dias atuais. Após realizar vários
experimentos - ele passou cerca de um ano e meio misturando água e álcool-
Mendeleev chegou à composição ideal para a vodca: 40% de álcool e 60% de água.
E já no ano de 1894 a Vodca Russa já seguia por lei a fórmula proposta por ele.
A vodca foi uma das primeiras bebidas destiladas a ser descoberta na Rússia,
possuía a denominação de aguinha (vodca em Russo). Este destilado era misturado
à água e usado como anestésico e desinfetante, até então não existia nenhuma
fórmula ideal para a bebida, ou seja, a porcentagem de álcool chegava até a
90%.Mendeleev foi sem dúvidas uma das figuras mais importantes para a
construção da química, morreu em 1907 aos 73 anos de idade e é conhecido como o
“Pai da Tabela Periódica”.
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